NRF 2025: A transformação do varejo passa por IA, inovação e sustentabilidade
O varejo físico também ganhou destaque no evento e marcas apresentaram suas propostas de integração com o digital
15 de janeiro de 2025
John Furner, CEO Walmart durante a NRF 2025 - Foto: Divulgação
Inteligência artificial, liderança, sustentabilidade e inovação foram alguns dos principais temas da última segunda-feira (13/1) na NRF Retail's Big Show 2025, maior evento de varejo do mundo, que acontece até esta quarta-feira (14/1) em Nova York, nos Estados Unidos. O segundo dia contou com nomes como Artemis Patrick, CEO da Sephora; Harley Finkelstein, CEO da Shopify; e Tommy Hilfiger, fundador e designer principal da Tommy Hilfiger Global.
De acordo com os insights de especialistas brasileiros que estão participando do evento, assim como no primeiro dia, a inteligência artificial foi destaque e grandes marcas mostraram a IA como uma ferramenta “transformadora, mas que exige equilíbrio e transparência”.
Segundo Juarez Leão, CEO da Leão Group e membro do conselho da Associação Brasileira de Franchising (ABF), marcas como a Best Buy demonstraram como integrar tecnologia à experiência do cliente, mantendo a conexão humana como prioridade. “Essa abordagem combina eficiência operacional com um atendimento mais personalizado e empático”, conta.
Para Azita Martin, vice-presidente e responsável pela área de varejo da NVIDIA, uma área de grande aplicabilidade de IA é o e-commerce. De acordo com Tatiana Moreira, sócia da Praxis Business, a executiva afirmou que a IA traz dados importantes que ficam gravados e auxiliam na criação do catálogo, anúncios e assistência na hora da compra.
Mauro Nomura, CEO e fundador do Grupo Nomura, que comanda lojas de marcas como Adidas e Arezzo no Brasil, acompanhou os paineis e acredita que o varejo brasileiro ainda tem muito o que evoluir antes de adotar a tecnologia de forma massiva nos negócios. “O varejista ainda não sabe implantar a IA de fato", afirma. “Eu vejo que alguns do setor estão andando de carroça e muitos já querem logo fazer a transição para disco voador. Não dá para fazer isso, a mudança é muito radical, acho que a transição precisa ser gradual”, acrescenta.
Inovação no varejo físico
O varejo físico também ganhou destaque no evento. Líderes da IKEA e da LEGO afirmaram que o setor está evoluindo para "oferecer experiências imersivas e memoráveis”.
“Lojas que funcionam como destinos interativos, combinando personalização, tecnologia e conexão emocional, estão redefinindo o papel dos espaços físicos. A integração omnichannel surge como uma estratégia crucial para oferecer uma jornada fluida e sem barreiras entre o digital e presencial”, diz Leão, da ABF.
No Brasil, por exemplo, a Cacau Show vem buscando trazer esses conceitos para suas lojas. No ano passado, na Latam Retail Show 2024, a marca apresentou a sua “Loja do Futuro” que traz um conceito de interação com os clientes por meio do avatar 3D de seu fundador e CEO, o empresário Alê Costa. A tecnologia também auxilia o cliente na escolha de seu “chocolate ideal” e disponibiliza um sistema de monitoramento que analisa as emoções de quem entra na loja a partir da expressão facial.
“A transformação do varejo não é apenas sobre inovação e tecnologia – é sobre como essas ferramentas podem humanizar, conectar e criar experiências que deixem marcas duradouras”, afirma Denis Santini, CEO da consultoria CommUnit, que também participa da NRF.
Para Tom Moreira, presidente da ABF, o evento trouxe discussões de alto impacto sobre liderança, inovação e transformação no varejo. "A NRF 2025 evidenciou a necessidade de lideranças adaptáveis e focadas em propósito, combinando tecnologia e relações humanas para atender um consumidor cada vez mais conectado e exigente", diz.
Sustentabilidade
As práticas sustentáveis estão na agenda das principais varejistas do mundo. A IKEA está incorporando práticas regenerativas e desenvolvendo produtos que priorizam durabilidade e sustentabilidade. O Walmart criou um ATM, similar ao caixa eletrônico, que avalia o celular antigo do cliente e transforma em crédito que pode ser utilizado na rede.
“Isso é importante, pois você traz o cliente para a loja e ainda reduz o desperdício. O Walmart tem o propósito de ajudar as famílias a economizaram mais dinheiro e eles acreditam que diminuindo o desperdício, diminui o custo e isso influencia no preço final para o cliente”, destaca Adir Ribeiro, fundador da consultoria Praxis Business.
Fonte: Bianca Guilherme/Pequenas Empresas & Grandes Negócios